quinta-feira, 30 de outubro de 2008

SERGISSEIA

Era uma vez uma rapaz (vamos-lhe chamar "Sérgio"), que às 3 da manhã decide ir-se deitar, porque no dia seguinte até tinha coisas para fazer de manhã.


Dentes lavados e xixi feito, "Sérgio" caminha descontraidamente em direcção ao seu leito, que o espera ansiosamente. De relance, "Sérgio" nota numa mancha castanha no tecto e dá de caras com a Besta.


O tamanho da criatura deixa "Sérgio" sem palavras, ele nunca tinha visto nada com aquela envergadura, a não ser nos programas de vida selvagem do National Geographic.


Estático, o rapaz pensa no que fazer, e quando a Besta decide dar o ar da sua graça e se desloca, recorrendo às suas 8 pernas consistentes e peludas, este decide abandonar o quarto, fechar a porta e lidar com a situação num dia posterior. Os aracnídeos não costumam perturba-lo, mas este em especial era uma aberração da Natureza.


Fora do quarto "Sérgio" pensa no amontoado de roupa em cima da cadeira e nos ténis debaixo da cama. Sem vontade de ter surpresas desagradáveis no dia seguinte, este decide actuar.


03:17 am

Regressado ao quarto, agora munido com uma arma química denominada Raid, "Sérgio" aproxima-se cautelosamente, e mantendo uma distância de segurança pulveriza a dita, ao que esta reage movendo-se na direcção do intérpido rapaz.


"Sérgio" solta um som agudo e bate o record olímpico de salto em comprimento para trás e sem balanço. A Besta aterra na cama do rapaz a escassos centímetros da almofada. A palavra "maezinha" ocorre na cabeça deste rapaz.


03:39 am

Não querendo encharcar a sua cama com insecticida, "Sérgio" volta ao seu quarto desta vez munido de um aspirador. Quando olha para a sua cama esta encontra-se vazia. Suores frios percorrem o corpo do nosso herói, ele sente que ela apenas está à espera do momento ideal para atacar.


Com bastante cuidado, o rapaz retira os lençóis da cama, seguido da almofada com movimentos dignos de um ninja, que neste momento quer ser invisível. Não há sinal da Besta. "Sérgio" espreita debaixo da cama e nada...


Só havia uma coisa a fazer, era preciso mover o colchão. Logo na primeira investida de "Sérgio" sobre o colchão, a criatura surge das profundezas e encara-o pronta para o que der e vier. O pobre rapaz percebe que a tarefa não vai ser nada fácil e após um momento de espera em que a Besta volta para um lugar menos iluminado, Sérgio retira o colchão com determinação expondo o animal.


04:08 am

De raid e aspirador em riste, "Sérgio" avança em direcção ao estrato da cama e pulveriza-a como se não houvesse amanhã, e com a rapidez de uma chita liga o aspirador e liquída a Besta desorientada, que mostrou alguma resistência ao poder de sucção, tal era a sua envergadura e densidade.


As restantes pessoas que habitavam a sua casa encontram-se estupefactas à porta do quarto de "Sérgio", tentando imaginar, com a velocidade cerebral própria de quem acordou abruptamente, por que razão estaria aquele rapaz de t-shirt e boxers com uma lata de insecticida na mão e um aspirador na outra, curvado sobre a sua cama com gotas de suor a escorrer pela cara. O quarto parecia ter sido inspeccionado pela polícia judiciária numa rusga.


O nosso herói fecha aporta do quarto, fornece uma explicação rápida aos restantes membros da casa e vai dormir para a sala...

1 comentário:

Riti_nha disse...

É incrivel como a ficção se pode aproximar da realidade, principalmente na parte do salto para trás e dos movimentos de ninja, soam mesmo a algo familiar.

eu se fosse a ti ia verificar o saco do aspirador....nunca se sabe...