quarta-feira, 18 de junho de 2008

ÁRVORE

Quero saber se quando nasceste te perguntaram o nome,
ou de onde vinhas e com que objectivo..

Porque me parece que vieste de longe,
de muito longe no tempo.
Talvez do passado ou do futuro,
ou de um tempo que não vem detrás nem de adiante

mas de cima como a chuva
ou de dentro como um ruído de fome.

Parece-me que sabias já, quando aqui chegaste,
que tudo no mundo te pertencia por direito
e que escolherias partilha-lo com os demais,
os que não sabem que lhes pertence também.

Quero saber se sorris ou se choras, quando vês morrer gente.
Porque me parece que guardas um segredo
e que estás disposta a conta-lo,
se te fizerem a pergunta certa.

Gostava de saber que pergunta é essa
para poder embala-la enquanto pensava se a queria fazer.

Porque os teus olhos ensinaram-me (também)
que certas perguntas valem mais que as suas respostas

e porque gosto de pontos de interrogação

? ? ? ? ? ? ?

Parecem-me um cruzamento

entre a chave
e a fechadura...

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